A
presença de um animal de estimação em casa tráz felicidade e bem estar.
Bolinhas de pelo alegres, fofinhas e cheias de vida, grandes ou
pequenas, brancas, pretas, marrons ou amarelas, pulam e brincam o dia
todo como se fossem brinquedinhos com energia infinita. Porém, ao
contrário de um brinquedo de verdade, cães e gatos não possuem sistema
de liga e desliga. São vidas, e como tais, trazem além de alegria,
gastos, preocupações e muito trabalho, e exigem cuidados e atenção ao
longo de toda a vida. A aquisição de um animal, portanto, requer
planejamento e responsabilidade a fim de proporcionar à ele e seu
guardião uma vida longa e feliz juntos.
A
escolha de um cão ou gato não é um processo fácil, embora muitas
pessoas não acreditem nisso. Estas pessoas normalmente escolhem um
animal apenas considerando beleza e porte, esquecendo-se das
particularidades de cada raça. Pelos longos que necessitam escovação
diária, predisposições à doenças degenerativas, temperamento mais ou
menos agitado, comportamentos destrutivos em casa, tamanho maior do que o
esperado, necessidade de interação e socialização, adaptabilidade com
outros animais, são fatores que dificilmente são levados em
consideração, e que mais tarde são responsáveis por altos índices de
abandono ao longo da vida do animal.
Gatos
persas, por exemplo, sofrem com uma altíssima predisposição à doença do
rim policístico, o que fatalmente os leva à morte. Além disso,
freqüentemente apresentam problemas fúngicos em função do longo pelo.
Cães de grande porte podem apresentar displasia coxo-femoral, o que
causa extrema dor e pode levar à incapacitação física. Labradores são
agitados e freqüentemente destroem tudo o que encontram pela frente.
Dashounds latem demais, terriers possuem tendências à doenças alérgicas,
dálmatas podem nascer surdos e com problemas de visão. Cães agitados e
enérgicos não são indicados para apartamentos, a não ser que haja
disponibilidade de tempo para passeios diários. Tudo isso e muito mais
deve ser levado em conta ao escolhermos o animal que irá conviver
conosco por cerca de 15 anos ou mais. Como manejar um comportamento que
não é o ideal? Haverá tempo disponível? Haverá paciência? Haverá espaço
suficiente? Haverão recursos financeiros para arcar com possíveis
procedimentos e tratamentos veterinários? São questões importantes que
não devem ser ignoradas.
Por
falar em recursos financeiros, a aquisição do animal ideal também é um
processo caro. Um bom animal, com saúde impecável e controle de doenças
genéticas tem seu preço. Porém o que se vê com bastante freqüência são
animais adquiridos de feiras, pet shops e criações de fundo de quintal,
por preços módicos, sem garantia de saúde e pureza da raça. Animais
desmamados precocemente, doentes, com desvios de temperamento, não
vacinados, não vermifugados e não castrados, explorados e submetidos à
cruzamentos irracionais e indiscriminados.
Mas
obviamente que quem deseja um animal de estimação, não necessariamente
necessita comprá-lo. A adoção surge como uma ótima opção, trazendo
vantagens tanto para o animal quanto para seu novo guardião. Ao adotar
um animal, ele tem a chance de ter uma vida digna e feliz. Animais
adotados costumam ser gratos e educados, pois já passaram por inúmeras
necessidades nas ruas. Também são mais sociáveis, pois convivem com
outros animais em abrigos e canis. A adoção de animais abandonados ajuda
a combater o comércio de fundo de quintal, diminuindo a exploração
econômica de cães e gatos. A adoção de um animal abandonado muda a vida
dele para sempre.
Porém
não é somente a vida do animal adotado que muda. A vida de seu novo
guardião muda também. Neste contexto se encaixa a noção de adoção
responsável, onde um animal provoca mudanças significativas na vida e
rotina de seu guardião, exigindo cuidados e responsabilidade. Atenção
veterinária, disponibilidade de tempo, paciência, companheirismo,
consideração por cada detalhe e cada mania. Uns não gostam de ficar
sozinhos em casa, outros fazem cocô e xixi no lugar errado, alguns
choram durante a noite e há aqueles que latem demais cada vez que a
campainha toca. Será necessário abdicar de longas férias fora da cidade,
dedicar alguns minutos por dia para passear no parque, brincar de
bolinha, rolar no chão e aceitar lambidas molhadas e cheias de carinho.
Limpar cocô e xixi e quem sabe até trocar o sofá, gastar dinheiro com
guias e coleiras (muitas), babar por todas as novidades na seção de
brinquedos-pet e conhecer novas pessoas (preferencialmente que gostem de
animais). E para compensar tudo isso, se deliciar com as caras e bocas
do seu melhor amigo, que estará crescendo saudável e cheio de energia.
A
presença de um animal em casa, portanto, tráz muita felicidade. E esta
felicidade é ainda maior quando existe, além do amor, respeito e
responsabilidade. A adoção de um animal muda a vida dele para sempre e
trás mudanças importantes na vida de seu guardião, transformando-a em
uma aventura gostosa e cheia de alegrias. Basta querer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário